terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Esta noite, o fogo

As três luas uivam ao anoitecer, clamando por rebeldia, por esperança e por revolta à covardia mordem os beiços. O príncipe deste mundo está mudo, comeu o coração de uma criança, perdido no reino do nada. As luas se sobrepõem à maré como tábuas. Ragnarok caiu no abismo para reinar. Os pombos do destino trilharam o caminho certo, as moitas ulularam sonhos de desespero. Ácido mortal engole a Terra. O mundo gira em torno de uma cabeça, uma cabeça que possui uma nódoa de palito, um esdrúxulo mortal zombando do pecado. A morte vem como a noite, se apresenta de mansinho, como quem não quer nada. O mundo gira em torno de uma cabeça de alfinete.

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