Em Campos da Razão, a terra é entendida como bem de uso, não de lucro. Seu valor está no sustento que oferece às famílias, e não na extensão, na posse ostensiva ou na ambição de ganho.
Nenhuma família necessita de vastas extensões de terra para viver com dignidade, desde que a terra seja bem cuidada, trabalhada com sabedoria e comedimento.
O uso da terra deve seguir o princípio da medida justa:
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Terra suficiente para plantar, colher e alimentar a si e aos seus;
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Espaço adequado para criar animais úteis ao sustento familiar;
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Respeito às reservas naturais, cursos d’água e áreas comuns da comunidade.
Não será permitida a concentração de terras com o intuito de obter vantagem sobre os demais, nem o acúmulo improdutivo. A terra que exceder a necessidade da família poderá ser redistribuída pelo Concílio ou posta a serviço do bem comum.
O modelo defendido não é o do fazendeiro moderno, que planta com o fim de exportar, vender e lucrar, mas sim o do lavrador antigo, que semeia para comer, divide o excedente e honra a terra como se fosse parte do próprio sangue.
A produção deve seguir a lógica da subsistência digna, com sobras naturais que possam ser trocadas dentro da comunidade ou armazenadas para tempos difíceis – não para comércio em larga escala com o mundo exterior, que conduz à dependência e à desordem dos valores.
O Concílio poderá definir, conforme o solo e o clima locais, qual é a medida justa de terra por família, mantendo a igualdade, a ordem e a capacidade de preservação das gerações futuras.