segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Continuar no Jogo — Sete Estrelas

 O barulho da taverna pareceu sumir assim que o encapuzado terminou de embaralhar. As cartas batiam na mesa com um som seco, firme, como se cada passada anunciasse o destino de Brennar. O homem levantou apenas o queixo, deixando que a pouca luz revelasse um sorriso torto, mais ameaçador do que cordial.

— Sete Estrelas começa com três cartas… — murmurou. — E termina com a verdade saindo de alguém.

Brennar não sabia se ele falava do jogo ou de algo bem pior.

As cartas foram distribuídas.
A primeira estrela: Cinco de Lua.
A segunda estrela: Coroa Sombria.
A terceira… virou em silêncio, um Trono Partido.

Símbolos ruins.
Presságios piores.

Mas Brennar manteve a expressão firme, apenas apoiando o cotovelo na mesa, como se não estivesse apostando mais do que possuía.

— Sua vez de apostar — disse o encapuzado.

Brennar empurrou fichas fictícias para o centro. Não tinha drakens, mas tinha coragem — ou estupidez — suficiente para blefar contra alguém que claramente jogava com vidas.

O homem encapuzado acompanhou a aposta com facilidade.
A quarta carta virou.
A quinta.
A sexta.

O suor começou a escorrer pela nuca de Brennar. As chances eram mínimas. E o estranho parecia saber disso desde o começo.

A sétima carta — a Estrela Final — caiu como uma sentença:

Pedra do Carrasco.

Um mau presságio absoluto.

O encapuzado nem comemorou. Apenas cruzou os dedos e disse:

— Perdeu. Hora de pagar.

A taverna ficou silenciosa. Parecia que todos já conheciam o ritual daquela mesa. Brennar engoliu seco. Agora não era mais jogo — era cobrança.

E a cobrança não seria em drakens.


Role um d6 (1–3: derrota). Agora role novamente para decidir o destino final.

Role OUTRO d6

1–3: morte
4–6: sobrevive, mas com marca permanente


Destino 1 — (1–3 no segundo dado): Morte Silenciosa

O encapuzado se levanta devagar, como uma sombra que ganhou forma. Antes que Brennar possa reagir, a mão do estranho se move com rapidez impossível — uma lâmina curva surge de dentro da manga.

Ninguém na taverna grita.
Ninguém tenta impedir.
É como se todos já soubessem o que acontece com quem perde no Sete Estrelas.

Um corte preciso.
Rápido.
Frio.

Brennar cai sobre a mesa, o sangue escorrendo entre as cartas amareladas.
A última coisa que vê é o sorriso satisfeito do encapuzado, recolhendo suas cartas como quem arruma ferramentas de trabalho.

A noite termina ali.
O jogo, também.


Destino 2 — (4–6 no segundo dado): Sobrevive, mas não sai ileso

O encapuzado se levanta, puxando Brennar pela gola.

— Sem ouro… paga-se com carne — diz ele, como se fosse regra antiga.

A lâmina aparece, mas dessa vez não para tirar a vida — apenas um preço parcial.

Um golpe atravessa o ombro de Brennar, profundo o bastante para que ele grite, mas não para matá-lo. A dor explode como fogo líquido. Ele cai de joelhos, a visão turva.

— Está pago — declara o encapuzado, limpando a lâmina na capa. — Da próxima vez… traga o ouro.

Ele desaparece entre as sombras, deixando Brennar sangrando, porém vivo.
A taverna volta ao barulho aos poucos, como se nada tivesse acontecido.

Brennar pressiona o ferimento, tropeçando até a porta.
Sobreviveu.
Mas nunca mais moverá o braço direito da mesma forma.

E jamais voltará à mesa do Sete Estrelas.

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