Os argumentos para a existência de Deus são uma parte fundamental da teologia e da filosofia da religião, e têm sido debatidos por séculos por pensadores, teólogos e filósofos. Irei elencar alguns dos principais e contra-argumentar a seguir:
Argumento cosmológico: Este argumento propõe que a existência de Deus é necessária para explicar a origem do universo. Argumenta-se que tudo o que começa a existir tem uma causa, e como o universo teve um começo, deve haver uma causa não causada, ou seja, Deus.
Contra-argumento: Se se afirma que Deus foi uma causa não causada, pode-se igualmente afirmar que o universo é uma causa não causada. O que se fez foi apenas deslocar o problema para outro elemento.
Argumento teleológico (ou argumento do design): Este argumento sugere que a ordem e a complexidade do universo, assim como a adaptação dos seres vivos ao seu ambiente, indicam a existência de um planejador inteligente, ou seja, Deus.
Contra-argumento: E quem planejou Deus? Deus seria mais complexo que nós, mais poderoso que nós. Por essa lógica, teria que ter o Deus que criou Deus, mas não parece ter lógica supor que existiriam infinitos Deuses, um mais complexo que o outro e sempre o mais complexo que cria o outro, menos complexo e menos inteligente. Precisa de inteligência para existir algo complexo como os seres vivos e o mundo? Então precisaria de algo mais complexo para criar o próprio Deus, mas ficaríamos numa suposição de um ciclo hierárquico infinito.
Argumento ontológico: Este é um argumento a priori que parte da ideia de que a própria noção de Deus como o ser supremo e perfeito implica necessariamente em sua existência. Em outras palavras, se podemos conceber Deus como o ser mais perfeito possível, então ele deve existir, porque a existência é uma característica mais perfeita do que a não existência.
Contra-argumento: Esse é um dos mais fáceis de contra-argumentar. Não é porque temos a ideia de qualquer coisa que significa que essa coisa exista. Nossas mentes nos enganam constantemente. Descartes já havia percebido que toda a realidade poderia ser falsa e portanto postulado que "penso, logo existo"; ou seja, o fato de que o pensamento existe prova que eu existo, pois posso pensar. Mas não prova nada além disso. Vamos supor que existe um deus que está sonhando: o seu pensamento é só parte do sonho desse deus. Nessa suposição, você até existe, mas é só parte de um sonho. E vale ressaltar que mesmo esse argumento poderoso do Descartes já foi refutado, então o argumento ontológico é extremamente irracional.
Argumento moral: Alguns argumentam que a existência de um senso moral absoluto e universal requer uma fonte transcendente, ou seja, Deus. Sem Deus, não haveria base objetiva para a moralidade.
Contra-argumento: Não existe base para a moralidade. Nós, humanos, que criamos isso. Podemos pegar como exemplo certas tribos indígenas que matavam os membros que tinham alguma doença ou estavam próximos da morte; moralidade deles totalmente diversa da nossa e na cultura deles era o correto. Também podemos pensar em Robin Hood, por exemplo: o roubo que ele cometia era moralmente correto, pois beneficiava quem realmente precisava.
Argumento da experiência religiosa: Este argumento baseia-se na experiência pessoal de indivíduos que afirmam ter tido experiências diretas ou revelações de Deus. Argumenta-se que essas experiências são evidências da existência de Deus.
Contra-argumento: Esse é o argumento mais fraco de todos. A experiência pessoal e os relatos das pessoas são coisas altamente questionáveis. Há pessoas que relatam experiências relacionadas com ou avistamento de naves alienígenas, extraterrestres, abduções, chupacabras, lobisomens, vampiros, histórias de SeteAlém, deuses antigos, espíritos obsessores, espíritos guardiões, anjos, entre muitos outros. Ufa! Se isso tudo, ou a maioria disso existe, pode ter certeza que o mundo é um lugar bem doido e perigoso. Relatos e experiência pessoal é o argumento mais fraco: existem centenas de relatos de inúmeras coisas, jamais comprovadas e às vezes até sem lógica. Pergunte para um biólogo o que ele acha sobre os lobisomens, por exemplo, e talvez você entenda um pouco do que quero dizer.




