sábado, 4 de outubro de 2014

Religião não torna as pessoas melhores! - Interpretação de "Quem vai queimar?", da Pitty

Na letra da música "Quem vai queimar?", tem-se muitas ações negativas, consideradas erradas:

Encaixotem os livres
Desinfectem os cantos
Estuprem as mulheres
Brutalizem os homens
Despedacem os fracos

Depois disso, um interessante verso aparece:

Enfeitem a moda

Pode-se entender que a moda é uma coisa negativa. A moda padroniza, deixa igual. Quem se preocupa com a moda, de certo modo, fica alienado. Os versos seguintes são evidentes por si:

Sodomizem as crianças
Escravizem os velhos
Fabriquem as armas
Destruam as casas
Façam render a guerra

Depois deste, ela prossegue:

Escolham os heróis

Mas escolher os heróis é ruim? Sem pensarmos muito sobre, podemos dizer que heróis são louváveis. Contudo, se existem heróis, existem vilões; um é condição para o outro. A escolha de heróis também pode indicar hierarquização, pois não são todos que podem ser heróis. Na sequência, a cantora introduz o tema da bruxaria:

E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?

Essa é uma parte muito importante da letra. Com "queimar bruxas" relacionamos instantaneamente com igreja católica. A frase interrogativa que dá nome à música, "Quem vai queimar?", é a chave para a compreensão da mensagem contida na letra. Afinal, quem vai queimar? Quem queimava as bruxas? Eram os padres? Ou quem sabe o papa? Não! Quem queimava eram os "fiscais da fé", portanto, quem ordena a execução não acende a fogueira. Pode-se pensar, a partir disso, na famosa relação de pastor e rebanho. Se recebemos ordem de padres ou outras criaturas do gênero, podemos fazer tudo o que está na letra dessa música.
Mas agora você percebeu que todos os verbos estão no presente do indicativo, certo? Isso se deve, certamente, ao fato de que a crítica é direcionada ao nosso tempo. Pitty só se utiliza do passado para explicitar seu pensamento.
A letra prossegue assim:

Empurrem conselhos
Forneçam as drogas
Engulam a comida
Disfarcem bem a culpa
Protejam a igreja
Perdoem os pecados
Condenem os feitiços
Decidam quem vai morrer
Contaminem a escola
Violentem os virgens
Aprisionem os livros
Escrevam a história
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?

"Pai, rogai por nós", entre parênteses, é o motivo em que as pessoas se apoiam para fazer todas essas terríveis coisas. Ou seja, um suposto Deus, o qual não aceita bruxaria.
"Conhecereis a árvore pelos seus frutos". Mateus 12:33 . Não necessariamente concordo com isto, mas é irônico.


Fonte da letra: http://letras.mus.br/pitty/250227/

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Ao menos uma vez

Eu sou o demônio
Mas pensei que não o era
A maldade começou
A ser evocada
Vem daqui de dentro
Essa pessoa em que eu penso
Eu desejo uma morte
Sangrenta, com choro,
Demorada, agora,
E por trituração…

Eles mentem para você
Te dizem que é um anjo;
Você quer a morte deles
Quereria que fosse agora!
O anjo sonha em ser demônio,
Pelo menos uma vez
E assim a existência

Se torna prazerosa

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Schopenhauer e a reprodução dos hominídeos

Romper com nossos mestre é algo comum.
Schopenhauer errou. Esse gênio está fadado ao fracasso, pois nada contra a correnteza. Esse é o perigo da genialidade.
O alemão se opunha a uma vida libidinosa, o que deixa claro em seus escritos. No entanto, se opunha à verdade de que não estava adaptado. Intelecto exacerbado não produz esperma.
Só então a verdade é inconveniente. "Os caprichos advindos do instinto sexual são totalmente análogos aos fogos fátuos: enganam do modo mais vivo, mas, se os seguimos, eles nos conduzem a um pântano e desaparecem".
É bem verdade tal reflexão do filósofo, entretanto, esquece-se do resultado. Esquece-se de ser um animal (?). Esquece-se de deixar descendentes. "Esquece-se", mas tem razão.
Animais jamais devem ter razão. Só os loucos a tem, mas é difícil perceber a própria loucura quando esta é genialidade. Será um grande avanço se os inteligentes conseguirem aplicar este conhecimento. Um avanço para a humanidade.
O egoísmo foi útil em tempos idos, agora é um empecilho.
 - Omã

Referências Bibliográficas: Schopenhauer, Arthur. A arte de insultar. São Paulo, Martins Fontes, 2003.

domingo, 6 de julho de 2014

Hábitos do Homo Sapiens no século XXI

Humanos gostam de se reunir e conversar. As conversas podem variar, as quais vão de críticas às outras pessoas a gostos musicais; mas os assuntos que predominam são as outras pessoas.
Humanos têm crenças. Sempre acreditam em coisas sem sentido; alguns clamam respeito aos nonsenses. Essas crenças normalmente os ajudam a trabalharem, pois costumam crer que há coisas invisíveis nas quais viverão após a morte, os lugares mais comuns de crenças são o céu e o inferno, no primeiro vai quem fez o bem e no segundo quem não fez o bem. Isto, para eles, são determinados atos pré-impostos por um livro chamado bíblia.
Humanos se disfarçam. Esta característica está intrinsecamente ligada com reprodução sexuada. Utilizam-se de roupas, banhos, perfumes (espécie de água com cheiro), óculos, outros, menos comuns, acrescentam desenhos no corpo, perucas (cabelos falsos) e/ou batons, etc. Se um humano não se disfarça não se reproduz e não é aceito pelo conjunto de humanoides disfarçado, e ainda é preso numa prisão por “atentado ao pudor”.
Humanos têm hierarquia. Sempre, dentro do conjunto desses seres, tem alguns que são considerados melhores que outros.
Humanos mentem.
Humanos são competitivos. Muitos têm o hábito de escolher um time de algum tipo de jogo e ficar feliz quando esse time ganha, chegando, inclusive, a ganhar uma denominação específica por causa desse time. Em alguns casos, chegam ao extremo de zombar de outros que gostam de outro time.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Serpente

A larga e curta cobra com pernas caminhava. Era um deus? Tinha aquele tronco de árvore…
―Por que você não rezou? Se tivesse rezado aquilo não teria aparecido.
Não tenha medo. Mas a cobra parece uma borboleta. Seu rosto é de um dragão, mas a língua de cobra. E a cobra ficou caminhando todo esse tempo. Ela é imortal, então é deus. Que deus é esse? Tão colorido… Aquelas asas, as quais não eram usadas, permanecem em minha memória; o medo também.
Tudo porque não rezei.
Esqueci de rezar.
Abandonei a prece.

 Cobra, por onde caminhas? Não te vejo mais por aqui. É tão estranho.

domingo, 8 de junho de 2014

Glimbo

            Um homem velho, com longas barbas brancas, vestido de vermelho, foi encontrado morto no Polo Norte, numa  região distante de tudo. O sangue dele manchava a branca neve, tornando esta escarlate como a roupa do velho era.
            A partir dessa inesperada ocorrência, as autoridades mundiais, as quais não tinham nenhum tipo de evidência do que acontecera, pararam de procurar Papai Noel em todos os lugares, pois certamente era o velhinho morto.  Havia cometido suicídio o velho encontrado ensanguentado, o qual tinha características idênticas às doe Papai Noel, inclusive a roupa, portanto não restava dúvida que era Papai Noel.
            Dia 23 de dezembro de 2013  ele foi visto pela última vez nos arredores de sua mansão, situada no Polo Norte. Existiam trenós e renas no local. A partir de então, o único dia em que voltou a ser visto foi na situação acima descrita, dia 14 de janeiro de 2014.
            Com isso, todas as crianças do mundo ficaram sem ganhar presentes. Papai Noel. A partir de então, o natal foi deixando de existir, pois as crianças não ganhavam presentes e por isso não havia motivo para comemorar o natal. Não havia felicidade, só a tristeza das crianças choramingando: “por que eu não ganhei presente do Papai Noel?”.
            A imprensa não divulgara que o Papai Noel havia sido encontrado morto, porque não queria destruir o lindo mundo que o velhinho criara. O que deve ser notado e aclamado é a linda intenção da mídia em não expor que o Papai Noel havia morrido, teve a melhor das intenções iludindo milhões de crianças em todo o mundo, pois a beleza criada pelo velhinho não deveria ser morta.
            Mas as crianças não sabiam que estavam sendo salvas pela mídia, que esta as protegia com mentiras, por isso muitas estavam arrasadas, porque não ganharvam presentes. Isto acontecia enquanto algumas poucas continuaram a ganhar. Estaria Papai Noel escolhendo só quem ele achava que fosse digno de receber presentes?
            Porém, notava-se algo muito peculiar nisso: as crianças que continuaram a ganhar presentes foram as crianças ricas, “Papai Noel tornou-se elitista?”, perguntavam os mais espertos entre os menores.
            É desnecessário dizer que o velho não fez falta em muitos lugares, pois não é em todo o mundo que se comemora o natal, como não é em todo lugar que existem chaminés para que ele possa entrar e presentear. Embora poucos saibam, existiam regras para conseguir presente de Papai Noel: a primeira é ter chaminé, a segunda é ter meias e a terceira é estar dormindo na véspera de natal.
            E assim era o mundo com o velho presenteador no natal: uma pequena parcela da população conseguia presentes. Mas, com o que sucedeu, a parcela se tornou menor: apenas um terço daquela pequena parcela que ganhava as bugigangas doe Papai Noel, os quais tiveram como substitutos seus pais para lhes presentear.
            Quando os 7 anos se passaram, foi encontrado um velho que se parecia com Papai Noel. Foi um porquinho da índia rosa que o encontrou, o idoso estava deprimido, chorando em frente a um lago. Este era muito cinza, e havia insetos também, os quais matariam o porquinho mais tarde.
            O animalzinho que tinha pelos rosa era um repórter, ele pretendia fazer uma reportagem de algum senhor macaco que encontrasse, pois eles geralmente emitiam uma opinião que dava audiência.
            Quando a coisa rosa viu o homem de vermelho, pensou: “Sim, isso é bom, muito bom, vou entrevistá-lo!”. E fez, já que não pensava muito em seus atos.
            ― Muito bom dia a Vossa Senhoria! ― exclamou o porco, olhando para a câmera ― Estamos excepcionalmente convencidos de que o impossível acontece todos os dias, e hoje é um dia muito especial. Como poderia haver um dia mais especial que hoje? É hoje que conseguimos fazer uma descoberta incrível! Vamos conversar com o Papai Noel! ― disse.
            O porco, joguete como sempre, não fazia ideia de que o Papai Noel fora encontrado morto. Na maior parte das vezes, os apresentadores sabiam muito pouco sobre o que a mídia tinha de sabedoria, só falavam muito bem e decoravam os textos e, claro, eram bons nas relações sociais.
            O Noel estava com uma aparência horrorosa e os insetos estavam comendo um olho dele. Quando ele virou o rosto, perguntou: “é uma entrevista?” Certamente ele não tinha percebido o microfone que tinham posto quase dentro de sua boca e as câmeras, pois estas não encostavam nele. Também poderia ter perdido a visão, mas era improvável, já que estava escrevendo alguma coisa no momento da abordagem e direcionava os olhos para o que escrevia.
            ― Olá! Quem percorre o campo vazio? ― indagou Papai Noel ― O campo está vazio, não percebem?
            O comedor de ração começou a conjecturar: “Estará ele a fazer uma piada? Ou quer dizer que o trânsito estava vazio?”.
            ― Sim! O campo está vazio! ― bradou o toucinho ― Realmente! Não vi nenhum carro! E estou feliz com isso, sim, e muito, é algo muito bom que está acontecendo. Se tivéssemos trânsito congestionado, como acharíamos você? Foi a melhor coisa que nos aconteceu hoje, sem dúvida! ― A voz dele passava tranquilidade, quem a ouvisse daria todo o crédito a ele, disto não há dúvida.
            ― Do que você está falando? ― perguntou o homem velho.
            ― Era isso que você queria dizer com campo vazio! Foi por isso que falei! ― respondeu, confiante e persuasivamente.
            ― Oh, então é isso, acho que vou me suicidar ― disse Papai Noel, enquanto se jogava na água. Esta causaria sua morte.
            O porco apontou e gritou: “Vejam isto, tentativa de suicídio do glorioso e excelentíssimo Pa...” Insetos começaram a picá-lo, impedindo que ele continuasse a falar. Eles começaram a atacar os que ali estavam e as gravações nunca seriam postas no ar, pois a natureza os mataria e, por conseguinte, o mundo jamais saberia do ocorrido.
            E, com isso, parecia que ninguém além do digníssimo e excelentíssimo e adorável repórter sabia da morte do verdadeiro Papai Noel. Todavia, só parecia. A verdade é que, antes que ele morresse afogado no lago uma fada tivera contato com o idoso.
            Acontecera em julho, no dia 7, seis anos antes de ele se suicidar. O nome dela era Biterdeis. Esta fada o encontrou saindo duma casa e o interpelou:
            ― Olá! És tu Papai Noel? ― perguntou a fada.
            O barbudo ergueu sua grossa sobrancelha esquerda, em tom interrogativo. Quando percebeu a fonte do som, encantou-se: “Ela é linda! Seus cabelos louros e seus olhos azuis, oh! Quanta beleza há nesse mundo!”, pensou.
            ― Sim. ― respondeu com um sorriso ― E você, linda e pequena moça, quem é?
            ― É um enorme prazer lhe conhecer. Chamo-me Biterdeis. Sou uma fada que por aqui passava e surpreendi-me em lhe encontrar, pois soube que tu deixaste de dar presentes para as crianças. Ademais, tu moras no Polo Norte, no entanto, agora se encontra num bosque da Inglaterra.
            ― É bem verdade. Não tenho como negar.
            ― Se eu pudesse saber o que lhe sucede ficaria grata.
            ― Conto-lhe, se você quer. Muito bem, vamos aos fatos: É algo que muitos desconhecem, mas eu tenho um irmão gêmeo. Este queria me substituir,: afirmava ele,: “‘somos iguais, me deixe ir este ano fazer o seu trabalho”’. A verdade é que ele queria ser reconhecido, mas as renas não gostavam dele e, quando estavam se dirigindo para a Rússia os animais o mataram.
            ― Interessante. ― disse um duende que ali aparecera.
            Noel se assustou e então perguntou:
            ― Quem é você?
            ― Um duende. Pode continuar a falar, só quero ouvir.
            ― Está bem, não tem problema em você ouvir. Como eu dizia, no meio do nada, quando ele se dirigia à Rússia, as renas o mataram. As renas estavam com ódio de mim também porque eu tinha permitido que ele me substituísse neste ano. E foi triste, porque eu não sabia que elas o odiavam. ― fez uma pausa, refletindo sobre a ingenuidade dele, a qual foi a causadora de tudo, pois ele sabia que o irmão gêmeo maltratava as renas.
            O duende estava ouvindo para depois conseguir reconhecimento, divulgando para todo o mundo mágico o que soubera da boca de Papai Noel. A fada, por outro lado, só queria entender o que se passava e, se possível, ajudar. Ela tinha um bom coração.
            ― Por que ele se dirigia para a Rússia? ― indagou a fada.
            ― Para observar... Ele queria saber quais casas tinham chaminés e meias para, com essas informações, presentear as crianças que tivessem as características que permitissem a entrega.
            Noel percebera, no momento em que falava, que o duende era muito feio. Na verdade, pensou ele, deve ser bem desconfortável para uma criatura tão bela ter que dividir o mundo com outra tão feia.
            A fada, por outro lado, achava muito natural a desigualdade. Esta é que a fazia bela. Mas ela não sabia. Isto era muito natural, pois ela tinha a tendência a amar os outros pelo que são interiormente, deixando uma importância muito pequena para a beleza exterior.
            O bosque ao redor não pensava, mas era como se pensasse algo como “ganância é a salvação”. Somente os animais e as plantas mais fortes sobreviviam, apenas os organismos que se preocupavam única e exclusivamente consigo mesmos. E Papai Noel ali, contrariando tudo isso com sua senil insistência em ajudar aos outros e não só a si mesmo.
            O duende, o ser mais ignoto da situação, dava seu sorriso, como se imitasse Monalisa. O velho prosseguiu:
            ― Quem me fez querer vir morar neste bosque foi um amigo. Ele disse que tinha uma casa aqui na qual eu não seria incomodado nem pelas renas nem por seres humanos. Charles também me contou que viveu 7 anos nesta casa e que jamais vira qualquer humano neste lugar e ele tinha razão. As renas não me encontraram porque o lugar é inabitado, portanto é um ótimo esconderijo.
            ― Agora entendo. ― disse a fada. Ela sabia mais do que aparentava. O que sucedia a ela é que estava desenvolvendo o poder de ler mentes. Este era um dom raro: poucas fadas conseguiam utilizá-lo.
            Depois que Noel lhes contou essas coisas, eles foram embora. A fada, no entanto, percebeu que o duende planejava algo indigno. Mas, por não saber o que era, não pode fazer nada e a desgraça do velho se deu depois de 7 anos da morte de seu irmão.
            O duende que ouvira o que Papai Noel contara se dirigiu ao pequeno público de duendes e declarou:
            ― Eu obtive informações valiosas, meus caros! E aqui tomo a palavra para alertar-vos. ― disse o duende.
            ― O que é, Glinbo? ― perguntou um duende que estava ouvindo.
            ― Venho informá-los que um falso Papai Noel está dizendo por ai que encontraram seu irmão gêmeo morto na neve. Que, na verdade, não foi o verdadeiro Noel que morreu. Precisamos acabar com isso. Essa palhaçada deve ter fim, não concordam?
            ― Que absurdo! ― gritou um terceiro duende, Teose.
            ― E não é? ― disse Glinbo ― e o pior, pretende controlar as renas, mas estas sabem que não é ele. Nós, e talvez só nós, podemos mudar isso. Temos muitos duendes com habilidades especiais aqui. Na verdade, eu tenho um plano, só preciso que vocês colaborem comigo. Primeiro preciso provar que estou falando a verdade, por isso peço que me deem o pó que permite aos animais falarem. Certamente está com você, não é, Duara? ― disse, pronunciando errado o nome, mas, como ela não se importava, ele também não acertava.
            ― Aqui está ― respondeu ela ― agora nos prove!
            ― Sim, eu vou, mas antes preciso que Teose concorde em usar o seu dom para enlouquecer o velhinho, pois asseguro a vocês que ele é idêntico ao verdadeiro Papai Noel, pois conseguiu criar ou aprendeu alguma magia que o permitiu assim ser. E, certamente, convencerá as pessoas de que é o verdadeiro Papai Noel, pois conseguiu em tudo ser idêntico a ele.
            Mais tarde, por encantamento as renas foram atraídas ao bosque; e lá estava Glinbo e os animais, enquanto os outros o observavam.  O feio duende se aproximou e abraçou uma delas, e no ouvido dela, disse algo, mas foi sutil a ponto de não deixar ninguém notar que dissera algo. O que foi dito era algo que só ele e as renas sabiam, mas algo que contribuiria para o sucesso dos objetivos maléficos de Glinbo.
            Com isso, os animais responderam afirmativamente a todas as questões que foram feitas pelo duende e, no fim, ele foi considerado um ser de fidedigno por seus semelhantes.
            Com todas as vicissitudes que caíram por sobre Papai Noel, e, obviamente, por causa da supracitada desgraça, acabou ensandecendo.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

domingo, 4 de maio de 2014

Ódio

A sabedoria de um homem surge, principalmente, da reflexão que ele realiza e não diretamente do que ele aprende. Conhecimento, assim como a experiência, ajuda, mas não é a chave. Pessoas que aprenderam pouco podem ter uma visão muito mais coerente de mundo do que as que aprenderam mais, pois refletiram sobre seu lugar no mundo, sobre as ações que são feitas e a razão das coisas. Quem tem a tendência à sabedoria pode saber muito, mas não passar no vestibular… Aqueles que pensam são seres raros que eu estimo. Estão eles em todas as classes sociais, mas alguns não conseguem desenvolver muito essa característica mental por falta de recursos, outros criam estes…
Porém a paixão permanece mesmo com aqueles que mais pensam, e o erro costuma acompanhá-la. Mas este não chega a ser grotesco como o erro dos seres que pouco raciocinam. Destes eu rio com escárnio. Escrevo por ódio a estes e por amor para com aqueles. Ignoro se estou certo, bons argumentos podem comprovar uma conjectura e até mesmo um equívoco.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

333

Opiniões inescrupulosas, são elas más para ti? São más são más, más, más, más, más, más, más…
Can we die? Can we die now? This life cannot be true, I will kill the emperor of this world by killing me, but I cannot…
Wicked
Dispersão, universo trágico, quero saber porquê nasceu. I’m always wondering to know. You suck at existing.
It [the universe] doesn’t make any sense like this text. Without meaning. Do you want to know why? Do you really want to know? Due to…
We find the answer studying philosophy which does not make sense either.
What should I do in that world? My instincts claim revenge, happiness and love and etc. forever.
The world was not made but who is claiming? I am the root of the evil… com as opiniões inescrupulosas que cerceiam minha mente. Esta foi uma vez fonte de… oblivion.
The true is not made but is created. We are all wrong by judging others wrong, we are wrong first.
E quem é você para encontrar na dispersão a verdade? A dispersão só lhe conta o que você quer ouvir.
And sorry for the baffle.
But dear, you are not yourself
Distinction, corruption, creation… Do you care if the meaning is not true? I do not give a damn.
 I did something wrong. I am a liar, I am Christ and the antichrist, and I am you. You are me.
Desculpe-me se isso lhe assusta. Não é minha intenção lhe assustar, é a sua; we are breeding for the effort we are needing to do and we are crying.

Liberdade de um novo mundo sem regras: liberdade de um novo mundo com guerras.

- Lor

sábado, 12 de abril de 2014

Your housekeeper is dead

Your aim is to speak with the dead. The poltergeist is in my house, it can be a friend or a foe, now you decide. Introducing the evil in your house is not such a bad thing. I’ll put the evil in your head.
Those words driving him insane, he knows why. Why do I mean so scare? I am not dreadful. But the house keeps talking to me. What is this? The dark side of the moon has appeared? The unknown talking in my mind, and I am nothing but battles without gods.
The housekeeper is saying: “You must go… you must go”, oh might below god, the housekeeper deserves to die because I want. I want to kill him, but I can’t. Did I kill myself? I cannot move to my place, nevertheless I can move to any place.
He is not the housekeeper, he is he and I asked him. Probably he is me. He answered: “Yes, you were right. I killed them because they deserve to die [and I hate them]” and the sentence was ended. He did it, but how? I did it before, certainly. Oh god, I hate those men with so many rules. And furthermore my memory should not lie to me, it is trustful, however…
However my sanity is not, therefore I suppose that we are the same, just one man, but we’re both claiming the deed. Who is the liar? I do not lie very often, therefore he is guilty. The day is passing quickly, too quickly for me and the life is not pleasure. This is a contradiction, I know, but a mad man can do those things, therefore I am not blame of anything. Am I right? The justice of man is madness.
The day had passed in a great peace on that Sunday. Unfortunately, the housekeeper had not worked on Sunday, and my angry grew my anguish caused the pain. The birds were flying, predicting the evil that was coming. Who died does not speak. Dead are dead and nothing more. Am I wrong? Saturday is guilty. It created those rage.
It was the diabolic day that I was searching for. I said to myself “don’t be afraid” but I did not say. It was the poltergeist pretending to be me. Now it flies away and nobody knows the place that it is looking for.
The poltergeist finally said in a shrill voice: “I am your grandma. Let me help you”. My grandma died two years before it and I suddenly understood the fact: Saints do not believe in those stories. I forgot to mention that I am a saint. The miracles that I did with these hands are the biggest treasures that I ever have had. But this is another story.
Grandma said in that night: “you have to murder the housekeeper. He is the judge who is going to punish you”. And I don’t know why but I believed.
Now I am in the jail. Here is dirty. My second self is here with me, but who are we? Did we kill? Was the housekeeper a part of me?




- Written by me, of course. The story reminds me the song 9, sung by King Diamond. The character reminds me the study we SHOULD do in psychology.

sábado, 29 de março de 2014

Satã derretido é Satã vivo

A inocência do povo do PC me surpreende ainda. Satã, nosso rei, seja piedoso. As cores do paraíso são azuis, mas queremos o vermelho ao ver isto. O que, certamente, não vale a pena. A cadela acuada foge ao longe. O vencido come suas migalhas. Onde estará o macaco diabólico? Das escadas que um dia descera, hoje lhe sobram as vívidas lembranças. Como de um tempo em que o capeta nasceu e morreu. Não dance na praça. Não force o seu corpo. As folhas ainda caem…
         A peça chave se reinventou mais uma vez, a roda girou… o mundo aguarda sua chegada, madona da tristeza, madona do Diabo. O seu filho destruidor perceberá o ódio crescente desses inúteis que choram pelas lágrimas… A criança um dia matará o bem, é só questão de tempo. Babá chega tarde, bebê já sabe andar. Esta é a canção do filho de Satã.
          Eu gozei nos areais, onde o mal cochichou no meu ouvido, coisas para adormecer… dormente… visões de um negror derretido… a claridade morreu mais uma vez, que destino nos encapela? Pretendendo ser de um derretido negro, porque é sedutor, acariciador, maldade! Languor dos archotes que vagam pelo caminho.

- Lucy

segunda-feira, 3 de março de 2014

O lago


            Num lago havia um cisne. O lago estava ao lado dele, e tudo que ele precisava fazer era olhar para a mesa e para o lago. Melhor que isso, ele não precisava, somente fazia. Enquanto o coala lutava para não morrer, e o cisne procurava alimento; enquanto o mundo se encontrava em guerra.
            Uma folha cai no belo lago, o que se ganha, o que se perde? Deve-se ganhar? Ou deve-se perder para ganhar? Mas ele não era humilde, nem tentava, porque não se deve tentar. Também não se deve tentar ganhar porque ganhar é inútil. Mas a folha que caiu perdeu: a sua posição no galho. Para que serve uma posição no galho?
            O destino do galho é perder as folhas. No entanto, ele não sabia. Por quê deve ele ganhar mais atenção do que a folha? O ser humano só ganha mais atenção porque é humano, triste sina. Quem sou para falar de tristeza, algo tão subjetivo? Subjetividade? Parece nem existir.

            Mas a ordem é manter o homem pisando a folha. Pisará ele na folha do lago?

- Lor

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Trash thing

Serventia da arte: ser inútil.
            Precisava o homem primitivo de arte? Não, a ilusão criada por nossas mãos é um tanto recente. Aos menos informados, por arte entende-se a música, a literatura, a filosofia, os filmes (ou seja, qualquer coisa sem propósito) etc, etc. Provavelmente, o leitor está discordando da minha afirmação entre parêntis, procurando razões para se justificar, como é comum à nossa espécie, mas vou me explicar melhor.
            Imagine que você vive no passado, no qual não existem casas, nem países ou qualquer tipo de tecnologia. Recue bastante no tempo (ou pouco, dependendo do ponto de vista, pois o bastante vira pouco e vice-versa), feito isso, verá que lá não tem arte, exceto, talvez, por pinturas nas paredes, as quais não tinham por objetivo a inutilidade, podendo não ser consideradas arte por esse motivo. Por conseguinte, não há arte lá. Agora responda, isso atrapalha sua procriação?
            A resposta será não. Nós somos o acaso que, por ser acaso, gosta das coisas sem serventia. Nossos passatempos são baseados em nossas necessidades como animais: nos quais encontramos temas como o amor e o ódio ― essenciais para a perpetuação de nossa espécie em tempos idos (não só) ―, as lutas e os esportes ― ainda somos como aqueles seres esquecidos que caçavam animais, daí o motivo da afirmação de Cioran chamando o homem moderno de troglodita: “O troglodita, que tremia de espanto nas cavernas, treme ainda mais nos arranha céus!” ― o sexo, o motivo de nossa existência, o ritmo musical, o qual é mais difícil de entender, mas que me faz pensar no menino que prestava atenção nos sons para saber se havia perigo por perto, na recordação apagada da mãe falando, nos sons produzidos durante o coito, e essas coisas, mas não tenho certeza sobre este ponto.
            Mas é claro que não vale para músicas inferiores, às quais as pessoas gostam somente em prol do tema delas, que na maioria das vezes é trivial (amor, sexo, poder etc.). Nossa espécie procura em coisas inúteis o que lhes lembra a utilidade. Este é o motivo da existência de coisas inúteis.
Mas a arte não nos ajuda em nossa reprodução ou em nossa sobrevivência. É totalmente inútil. Entretanto, o homo sapiens também não tem utilidade.