A embriaguez de Brennar se queima como álcool em chama — rápida, viva, devorando tudo.
Ele ruge.
O punho encontra o queixo do brutamontes com um estalo seco, e o corpo do careca voa para trás, derrubando uma mesa partida. A madeira estoura em lascas, e o som corta o salão inteiro.
Por um instante, o caos congela.
Olhos o encaram.
O ar vibra entre o cheiro de suor, cerveja e fumaça.
Brennar respira pesado, o peito subindo e descendo como um fole.
Serena já desapareceu pela porta lateral — o manto vermelho foi engolido pela noite.
Ele poderia ir atrás dela agora. Poderia.
Mas uma voz grossa o interrompe.
— Ei, grandão... — diz um sujeito de cabelos curtos e olhar cheio de ódio. — Isso foi com meu irmão.
O homem segura uma garrafa pelo gargalo, o vidro rachado refletindo a luz trêmula das lamparinas.
O salão volta a se mover, e Brennar sente o velho instinto acordar — aquele que vem antes da razão, o mesmo que o fez sobreviver a tantas tavernas e tantos erros.
Escolha do leitor:
-
Ir atrás de Serena:
Brennar encara o sujeito por um segundo, mas vira as costas. A voz da razão é pequena, mas clara — Serena está lá fora, e ele já perdeu demais por ficar. O som de passos e gritos fica para trás enquanto ele se arrasta até a porta, mancando, decidido a alcançá-la. -
Enfrentar o novo desafiante:
O sorriso de Brennar é torto, o olhar incendiado. Ele solta a caneca, que rola pelo chão, e fecha os punhos outra vez.
— Seu irmão vai ter companhia no chão.
A garrafa quebra antes mesmo do primeiro golpe. O salão volta a gritar, e o caos recomeça, mais violento, mais pessoal.