terça-feira, 14 de outubro de 2025

O Irmão do Brutamontes

 A embriaguez de Brennar se queima como álcool em chama — rápida, viva, devorando tudo.

Ele ruge.
O punho encontra o queixo do brutamontes com um estalo seco, e o corpo do careca voa para trás, derrubando uma mesa partida. A madeira estoura em lascas, e o som corta o salão inteiro.

Por um instante, o caos congela.
Olhos o encaram.
O ar vibra entre o cheiro de suor, cerveja e fumaça.

Brennar respira pesado, o peito subindo e descendo como um fole.
Serena já desapareceu pela porta lateral — o manto vermelho foi engolido pela noite.
Ele poderia ir atrás dela agora. Poderia.

Mas uma voz grossa o interrompe.
— Ei, grandão... — diz um sujeito de cabelos curtos e olhar cheio de ódio. — Isso foi com meu irmão.

O homem segura uma garrafa pelo gargalo, o vidro rachado refletindo a luz trêmula das lamparinas.
O salão volta a se mover, e Brennar sente o velho instinto acordar — aquele que vem antes da razão, o mesmo que o fez sobreviver a tantas tavernas e tantos erros.


 Escolha do leitor:

  • Ir atrás de Serena:
    Brennar encara o sujeito por um segundo, mas vira as costas. A voz da razão é pequena, mas clara — Serena está lá fora, e ele já perdeu demais por ficar. O som de passos e gritos fica para trás enquanto ele se arrasta até a porta, mancando, decidido a alcançá-la.

  • Enfrentar o novo desafiante:
    O sorriso de Brennar é torto, o olhar incendiado. Ele solta a caneca, que rola pelo chão, e fecha os punhos outra vez.
    — Seu irmão vai ter companhia no chão.
    A garrafa quebra antes mesmo do primeiro golpe. O salão volta a gritar, e o caos recomeça, mais violento, mais pessoal.

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