Brennar, esfregando os olhos pesados e arrastando os pés pelo chão irregular de pedras, decide não ceder à tentação do atalho sombrio.
— “Melhor seguir pela rua principal, pelo menos há tochas acesas por aqui…” — resmunga, tentando se convencer.
A rua principal se estende diante dele como uma serpente preguiçosa, iluminada por tochas espaçadas que projetam sombras alongadas nas fachadas das casas antigas. O vento frio carrega o cheiro de fumaça de lareiras e o distante som de uma janela rangendo. Alguns notívagos caminham apressados, cabisbaixos, como se não quisessem se demorar sob o manto da madrugada.
O coração de Brennar, ainda acelerado pela bebida, bate mais forte ao se aproximar da encruzilhada seguinte. É nesse ponto que a sorte deve ser decidida — um simples lançar de dado definirá seu destino.
A caminhada segue tranquila. As tochas continuam firmes, afastando qualquer sombra ameaçadora. Os notívagos vão rareando até que Brennar se encontra praticamente sozinho. O som das próprias botas ecoa, compassado, no calçamento.
Sem ninguém para incomodá-lo, ele chega em casa em segurança. Embora o frio da noite o acompanhe, a tranquilidade de alcançar seu leito é quase um prêmio depois de uma noite turbulenta.
Por um instante, ele encara o pequeno aposento — o candeeiro sobre a mesa, a cadeira gasta, o manto jogado no canto. O corpo pede descanso, mas a mente, ainda desperta, resiste.
🔸 Escolhas do leitor:
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Deitar-se e dormir, entregando-se ao cansaço e aos sonhos que aguardam.
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Ficar acordado por mais um tempo, talvez preparar algo quente, organizar suas coisas ou apenas observar o luar pela janela.
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