As ruas se repetem como um labirinto em espiral. Brennar vira esquinas, passa por becos, cruza praças desertas — e, quando ergue o olhar, lá está outra vez o letreiro da Taverna do Corvo Branco, balançando sob o vento da madrugada.
O mesmo brilho mortiço da lamparina. O mesmo cheiro de vinho, fumaça e ferrugem.
Ele para diante da porta, atordoado.
— “Não… eu já saí daqui…” — murmura, o coração batendo no ritmo incerto da ressaca e do medo.
Mas as vozes lá dentro continuam. Risadas, música, copos batendo. O tempo parece não ter passado.
Empurra a porta. O calor do salão o engole — o ar pesado, os olhares semicerrados. O som das gargalhadas morre quando o reconhecem. O taverneiro, atrás do balcão, finge que não vê.
E então Brennar a encontra.
Serena.
Estirada no chão, atrás de uma mesa virada, o vestido manchado de vinho escuro — ou sangue. O cabelo desgrenhado cobre parte do rosto.
— “Serena… não…” — ele sussurra, ajoelhando-se ao lado dela.
O pulso ainda pulsa, fraco, irregular. Ela respira, mas a pele está fria.
Brennar ergue o olhar. Dois homens encostados à parede o observam com um sorriso torto. O taverneiro seca um copo com o mesmo pano imundo de sempre, a voz baixa e seca:
— “A moça bebeu demais… caiu sozinha. Não é da minha conta se não aguenta o que pede.”
Os risos abafados ecoam pelo salão. Brennar sente o sangue ferver.
A indecisão que o atormenta desde o início da noite se transforma em algo mais denso — uma raiva antiga, um instinto de proteção que lateja dentro do peito.
Mas a razão sussurra o oposto: “Você está sozinho… e eles não.”
A respiração de Serena enfraquece. O tempo parece se dobrar. Ele precisa agir — agora.
🔀 Escolhas de Brennar:
-
⚔️ Enfrentar o grupo — desafiar o taverneiro e os homens, tentando fazer justiça ali mesmo.
A fúria pode ser sua força… ou sua sentença. -
🏃 Carregar Serena para fora — ignorar as provocações, levantar a irmã e fugir antes que seja tarde.
Pode salvá-la, mas deixará os culpados impunes. -
👁️ Fingir calma e observar — disfarçar a raiva, pedir ajuda ou uma bebida, fingindo normalidade enquanto tenta entender o que realmente aconteceu.
Exige frieza e sangue frio — mas talvez revele algo que ele ainda não percebeu.
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