Brennar seguiu pela rua deserta, o corpo de Lorena pendendo em seus braços como um saco de farinha. O vinho ainda escorria do tecido, deixando manchas escuras no chão de terra batida. Quando chegou à própria casa — uma construção simples, de pedra e madeira —, empurrou a porta com o ombro e entrou.
O interior cheirava a fumaça e ferro. No canto, o braseiro ainda crepitava. Brennar depositou Lorena sobre sua cama — uma armação rústica com cobertas de lã ásperas. Ela respirava devagar, os cabelos grudados na testa, o rosto pálido.
Ele ficou olhando por um tempo. A mulher que tantas vezes fizera rir os salões da vila agora parecia apenas uma sombra de si mesma. O som da chuva fina caindo no telhado enchia o silêncio.
Por um instante, Brennar sentiu o cansaço pesar. Seus músculos tremiam de tanto carregar o corpo dela, e o sono começava a vencê-lo. Pensou em deitar-se junto — não na mesma cama, mas no chão, perto da lareira. Ainda assim, algo dentro dele o mantinha desperto: um desconforto, uma inquietação que não sabia nomear.
A lamparina tremulou, lançando sombras nas paredes. Lorena gemeu baixo, murmurando palavras sem sentido. O vestido encharcado deixava o corpo dela frio como pedra, e Brennar sabia que, se não trocasse a roupa molhada, ela podia adoecer de vez.
Ficou parado, indeciso. A noite parecia observar.
Agora escolha:
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Descansar. Brennar decide cobri-la com um manto seco e deitar-se no chão, junto ao fogo. Precisa dormir — e torce para que, ao amanhecer, ela esteja lúcida o bastante para rir do próprio porre.
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Ajudá-la. Com o rosto tenso e o olhar firme, Brennar decide trocar as roupas molhadas de Lorena para evitar que adoeça. Sente-se constrangido, mas faz o que julga necessário, lutando para manter a decência e a distância entre o dever e o desejo.
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