quarta-feira, 22 de outubro de 2025

A Casa de Brennar

 Brennar seguiu pela rua deserta, o corpo de Lorena pendendo em seus braços como um saco de farinha. O vinho ainda escorria do tecido, deixando manchas escuras no chão de terra batida. Quando chegou à própria casa — uma construção simples, de pedra e madeira —, empurrou a porta com o ombro e entrou.

O interior cheirava a fumaça e ferro. No canto, o braseiro ainda crepitava. Brennar depositou Lorena sobre sua cama — uma armação rústica com cobertas de lã ásperas. Ela respirava devagar, os cabelos grudados na testa, o rosto pálido.

Ele ficou olhando por um tempo. A mulher que tantas vezes fizera rir os salões da vila agora parecia apenas uma sombra de si mesma. O som da chuva fina caindo no telhado enchia o silêncio.

Por um instante, Brennar sentiu o cansaço pesar. Seus músculos tremiam de tanto carregar o corpo dela, e o sono começava a vencê-lo. Pensou em deitar-se junto — não na mesma cama, mas no chão, perto da lareira. Ainda assim, algo dentro dele o mantinha desperto: um desconforto, uma inquietação que não sabia nomear.

A lamparina tremulou, lançando sombras nas paredes. Lorena gemeu baixo, murmurando palavras sem sentido. O vestido encharcado deixava o corpo dela frio como pedra, e Brennar sabia que, se não trocasse a roupa molhada, ela podia adoecer de vez.

Ficou parado, indeciso. A noite parecia observar.


Agora escolha:

  1. Descansar. Brennar decide cobri-la com um manto seco e deitar-se no chão, junto ao fogo. Precisa dormir — e torce para que, ao amanhecer, ela esteja lúcida o bastante para rir do próprio porre.

  2. Ajudá-la. Com o rosto tenso e o olhar firme, Brennar decide trocar as roupas molhadas de Lorena para evitar que adoeça. Sente-se constrangido, mas faz o que julga necessário, lutando para manter a decência e a distância entre o dever e o desejo.

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