A névoa lambe as pedras. Serena percebe o momento exato em que os dois homens se distraem — um risca o chão com a bota, o outro se vira para cuspir.
A voz dela muda, rouca e firme:
— Quietos. O ouro vem comigo.
O som metálico de uma lâmina curta corta o ar. Um golpe certeiro, mas não fatal — o bastante para que pareça um assalto de rua. Serena espalha moedas, racha uma garrafa contra o muro e desaparece na névoa, deixando atrás o eco do falso crime.
Horas depois, o beco está vazio e o ouro é só dela.
Ela dorme com o saco de moedas escondido sob o manto.
Ao amanhecer, o mundo se torna outro.
O céu rosado pulsa, como carne viva. As nuvens ardem por dentro, e o ar vibra — como se algo lá em cima tentasse atravessar. Pessoas correm, algumas caem e começam a queimar sem chama, dissolvendo em cinzas.
O cheiro é doce e insuportável.
Serena observa do alto de um muro. As moedas estão mornas na sua mão.
Há vozes vindo do norte — um murmúrio, um chamado.
Escolhas do leitor
Opção 1 — Fugir para o norte
Seguir o chamado e tentar escapar da vila. A trilha da pedreira pode ser o único caminho seguro — se é que ainda existe segurança.
Opção 2 — Investigar a vila
Ficar e descobrir o que está acontecendo. As mortes, a luz no céu, e talvez o que aquelas moedas realmente significam.
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