Em um passado não tão distante, o termo "emo" surgiu para definir um estilo musical e um comportamento mais sensível, introspectivo e, para muitos, diferente do que era comum na sociedade. A música que marcou essa época, com sua letra cheia de sentimentos à flor da pele, traduzia bem as dificuldades e a delicadeza de quem se identificava com esse movimento.
Hoje, parece que todo mundo é "emo" — não mais apenas na forma de vestir ou na música, mas no jeito como lidamos com as situações do dia a dia. A palavra virou quase uma metáfora para a sensibilidade exagerada ou para quem demonstra fragilidade.
No entanto, é curioso perceber que, ao mesmo tempo em que muitas pessoas se sentem assim, a sociedade, as instituições e até as leis parecem agir como se fossem "emo" demais — isto é, frágeis e incapazes de se impor quando deveriam ser firmes e justas. A lei, que deveria proteger e garantir o certo, muitas vezes é flexível demais, deixando escapar o que realmente precisa ser combatido.
Assim como na música, onde o personagem sofre por pequenas coisas — a franja que esconde um olho, a maquiagem borrada, a dor do piercing —, a sociedade também parece sofrer por suas próprias "pequenas dores" enquanto ignora problemas maiores e mais graves que mereciam uma resposta forte e decisiva.
Em resumo, “ser emo” não é problema quando é uma forma legítima de expressar sentimentos. O problema é quando a sensibilidade vira desculpa para fraqueza e para a falta de atitude, seja em nossas vidas pessoais, seja nas estruturas que deveriam funcionar com firmeza para garantir justiça e ordem.
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